Pi Pi Pi Pi Pi !!! Pi Pi Pi Pi Pi!!! Que horas são? 5 horas da manhã . Fizemos silencio para ouvir se o hotel ainda estava tremendo com o vento e não escutamos nada, então ele deve ter parado e é hora de partir. 5:30hs ainda escuro e um frio de 2 graus já estávamos com as malas na moto e fomos para a Aduana que ficava a 50 metros do hotel. Tramites feito, vamos encarar os 14km de ripio até a Aduana Chilena. Nesses 14 km senti a minha moto muito instável e com a traseira dançando, chegando lá desci da moto e olhei para o pneu e ele estava furado novamente, tiramos as malas da moto e pegamos o kit pneu furado que consiste em um compressor que é ligado na bateria e o tarugo para enfiar no pneu. Tirei o banco da fazer para ligar o compressor na bateria da moto e cadê a bateria? Não achei..ela deve estar em algum lugar que vou ver no manual quando chegar em casa, dessa vez vamos usar a bateria da V-Strom, colocamos ela do lado da Fazer, ligamos o compressor, aceleramos a moto para não descarregar a bateria e o pneu começou a encher para localizarmos o furo, enquanto isso olhei para o chão e vi uma mancha de óleo embaixo da moto do Leandro e perguntei para ele se era da moto dele e era, está vazando de algum retentor, não deve ser nada grave... Colocamos o tarugo no pneu, passamos uma cola que o nosso companheiro Chileno Cláudio tinha e vamos encarar os 126km restante de ripio (estrada de terra com pedras de rio em cima). Ao entrarmos na aduana para fazer os tramites vimos na TV a noticia sobre o terremoto e percebemos que precisaríamos entrar em contato o mais rápido possível com os familiares para não gerar preocupação, mas isso não é tão fácil como parece. O dia já esta claro o que nos ajudou bastante no ripio que estava mais seco e mais perigoso do que na ida, fizemos os 126km em aproximadamente 2 horas, mas nos últimos quilômetros senti a minha moto muito instável e com a traseira dançando, vocês já sabem o que é né? Mas dessa coloquei aquela espuma que tampa o furo e já enche o pneu, assim que coloquei percebi a espuma saindo por 3 lugares diferentes do pneu, ou seja, 3 novos furos, no total já são 5, já podemos começar a chamar o pneu de peneira. Andei devagar por uns 3 km para que a espuma fizesse a função dela que é tapar os buracos da peneira e o resultado foi espetacular, aquela espuma se transforma em uma espécie de borracha e realmente funciona. Assim que atravessamos a balsa, notamos que o vento que não nos deixou seguir viagem ontem estava de volta e um pouco mais forte, para vocês terem uma idéia o Leandro em muitas vezes teve que andar a menos de 40km/h na ruta e mesmo assim o vento jogava ele hora para o fora da pista e hora para o limite para pista contraria, parecia que ele estava pilotando um veleiro por isso que coloquei um novo apelido nele, Almir Klink. A FZ6 também sente o vento, mas é muito menos, conseguia andar a 100/120km/h , de lado, mas conseguira. Faltando menos de 1km para chegar em Puerto Natales um mini tornado com areia acertou o Leandro em cheio, foi coisa de cinema, parecia que ele iria sair girando e subir, mas não subiu, só foi para na contramão. A descrição do Leandro que ficou no meio do tornado foi que ficou tudo completamente escuro e só ouvia o barulho da areia batendo na moto, e nele. Foi impressionante mesmo.
Chegamos na cidade e achamos um hotel aconchegante para nos refazer desse dia difícil.
Só agora a noite que conseguimos avisar a todos que estávamos longe do terremoto.
Amanhã veremos o que vamos fazer, agora vamos descansar.
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