domingo, 28 de fevereiro de 2010

Décimo sexto dia – Puerto Natales




Acordamos cedo pensando em ir de moto ao Parque Torres Del Pine, que fica a cerca de 110km daqui, o caminho é composto de 50km de asfalto, 60km de ripio e mais cerca de 100km por dentro do parque também todo em ripio. Mas o vento sacudia com força a janela do quarto e decidimos não nos arriscar mais pelo vento, ainda mais com tantos km de ripio. Tentamos alugar um carro para fazer o passeio mas não encontramos nenhum disponível com o passar das horas e a insistência do vento, decidimos que ficaremos por aqui mais um dia e amanhã faremos o passeio ao Parque. Também vamos aproveitar esse dia para replanejar nosso roteiro uma vez que passar por Santiago não será possível devido ao terremoto que ocorreu por lá, ficamos um dia a mais no Ushuaia e ficamos parados 2 dias por causa dos ventos. A idéia é ir até Bariloche e depois ao invés de subir pelo Chile subiremos em direção a Buenos Aires e depois a Foz do Iguaçu, assim deixaremos de fora Puerto Mont, Osorno, Pucon e Mendoza. De todos esse lugares o lugar que não conhecemos é Pucon, paciência ficará para uma próxima. Desde do inicio sabíamos que a natureza poderia causar algumas alterações no nosso roteiro, porém estamos felizes por termos já conseguido alcançar o objetivo principal da viagem o Fim do Mundo. Abaixo segue a atualização dos 3 dias anteriores que foram de forte emoções.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Decimo quinto dia - San Sebastian - Puerto Natales - 600km

Pi Pi Pi Pi Pi !!! Pi Pi Pi Pi Pi!!! Que horas são? 5 horas da manhã . Fizemos silencio para ouvir se o hotel ainda estava tremendo com o vento e não escutamos nada, então ele deve ter parado e é hora de partir. 5:30hs ainda escuro e um frio de 2 graus já estávamos com as malas na moto e fomos para a Aduana que ficava a 50 metros do hotel. Tramites feito, vamos encarar os 14km de ripio até a Aduana Chilena. Nesses 14 km senti a minha moto muito instável e com a traseira dançando, chegando lá desci da moto e olhei para o pneu e ele estava furado novamente, tiramos as malas da moto e pegamos o kit pneu furado que consiste em um compressor que é ligado na bateria e o tarugo para enfiar no pneu. Tirei o banco da fazer para ligar o compressor na bateria da moto e cadê a bateria? Não achei..ela deve estar em algum lugar que vou ver no manual quando chegar em casa, dessa vez vamos usar a bateria da V-Strom, colocamos ela do lado da Fazer, ligamos o compressor, aceleramos a moto para não descarregar a bateria e o pneu começou a encher para localizarmos o furo, enquanto isso olhei para o chão e vi uma mancha de óleo embaixo da moto do Leandro e perguntei para ele se era da moto dele e era, está vazando de algum retentor, não deve ser nada grave... Colocamos o tarugo no pneu, passamos uma cola que o nosso companheiro Chileno Cláudio tinha e vamos encarar os 126km restante de ripio (estrada de terra com pedras de rio em cima). Ao entrarmos na aduana para fazer os tramites vimos na TV a noticia sobre o terremoto e percebemos que precisaríamos entrar em contato o mais rápido possível com os familiares para não gerar preocupação, mas isso não é tão fácil como parece. O dia já esta claro o que nos ajudou bastante no ripio que estava mais seco e mais perigoso do que na ida, fizemos os 126km em aproximadamente 2 horas, mas nos últimos quilômetros senti a minha moto muito instável e com a traseira dançando, vocês já sabem o que é né? Mas dessa coloquei aquela espuma que tampa o furo e já enche o pneu, assim que coloquei percebi a espuma saindo por 3 lugares diferentes do pneu, ou seja, 3 novos furos, no total já são 5, já podemos começar a chamar o pneu de peneira. Andei devagar por uns 3 km para que a espuma fizesse a função dela que é tapar os buracos da peneira e o resultado foi espetacular, aquela espuma se transforma em uma espécie de borracha e realmente funciona. Assim que atravessamos a balsa, notamos que o vento que não nos deixou seguir viagem ontem estava de volta e um pouco mais forte, para vocês terem uma idéia o Leandro em muitas vezes teve que andar a menos de 40km/h na ruta e mesmo assim o vento jogava ele hora para o fora da pista e hora para o limite para pista contraria, parecia que ele estava pilotando um veleiro por isso que coloquei um novo apelido nele, Almir Klink. A FZ6 também sente o vento, mas é muito menos, conseguia andar a 100/120km/h , de lado, mas conseguira. Faltando menos de 1km para chegar em Puerto Natales um mini tornado com areia acertou o Leandro em cheio, foi coisa de cinema, parecia que ele iria sair girando e subir, mas não subiu, só foi para na contramão. A descrição do Leandro que ficou no meio do tornado foi que ficou tudo completamente escuro e só ouvia o barulho da areia batendo na moto, e nele. Foi impressionante mesmo.
Chegamos na cidade e achamos um hotel aconchegante para nos refazer desse dia difícil.
Só agora a noite que conseguimos avisar a todos que estávamos longe do terremoto.
Amanhã veremos o que vamos fazer, agora vamos descansar.

Terremoto

Estou escrevendo para tranquilizar amigos e parentes sobre o terremoto no Chile. Estávamos longe do epicentro do terremoto e não sentimos nada. Por coincidência ficamos sem acesso a internet nos últimos 3 dias motivo pelo qual não publicamos o blog. Vamos ter que mudar o roteiro de nossa viagem por causa do terremoto mas ainda não sabemos como será nosso retorno. Hoje temos acesso a internet e vamos atualizar os dias atrasados.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Décimo quarto dia – Ushuaia – San Sebastian – 300km

Pela primeira vez desde o inicio da viagem conseguimos sair as 8hs, pois o dia seria longo o objetivo era chegarmos em Puerto Natales no Chile 900km, cidade base para conhecermos o parque Torres Del Pine. A temperatura estava agradável, por volta de uns 7 graus, o tempo estava bom e não havia vento. Passamos a cordilheira, paramos para fotos no Paso Garibaldi e seguimos para tentar cumprir nosso objetivo, após uns 100km do Ushuaia o vento começou a soprar com vontade. Lembram daquele vento que tínhamos nos queixado até então???? Aquilo não era vento e sim apenas uma brisa perto do que começamos a pegar na viagem, o vento começou a nos forçar andar por vezes a 40km/h sem conseguir ter o controle total da moto. Fomos sacudidos para todos os lados. Chegamos a Rio Grande já cansados após apenas pouco mais de 200km, rumamos sentido a fronteira da Argentina que estava a 80km sobre ventos ainda mais forte, víamos os carros andarem com certa inclinação o que até então não acontecia. Chegamos na Aduana Argentina as 13hs de onde ali começaria nosso trecho de ripio da volta, com aquele vento era praticamente impossível passarmos sem levarmos alguns tombos. As informações eram desencontradas alguns diziam que as 20hs melhoraria, outros que só no outro dia, também nos informaram que a balsa que faz a travessia no estreito de Magalhães estavam inoperantes por causa do vento. Estávamos no meio do nada próximo a aduana havia apenas um hotel que possuía um restaurante e um posto de combustível de uma única bomba. Fomos almoçar e lá encontramos nosso amigo Chileno Claudio da KTM que também ficou com receio de passar o ripio naquelas condições, após o almoço fomos expulsos do restaurante para que eles pudessem fechar para ciesta. Ficamos em uma sala da Aduana chamada sala de espera, pelo jeito eles tem essa sala para essas situações, nessa sala existia uma pia, um fogão e dois bancos grandes onde ficamos boa parte da tarde a espera de alguma melhora, nesse momento a Patrícia e a Marissa aproveitaram para tirar um cochilo, o Adriano e eu fomos até a beira da praia ver o mar que estava nos chamando a atenção por estar recuado em 1km mais ou menos, será devido ao vento??? O tempo passou e nada do vento parar de soprar a sala em que estávamos parecia que voaria pelos ares, me senti na história dos 3 porquinhos. Chegamos pensar em viajar a noite se o vento acalmasse sendo que estaríamos em 3 motos, mas existia o problema que ao final ripio precisaríamos de abastecimento e na cidade em que chegaríamos só há um posto e que não é 24hrs, não teríamos gasolina para ir até uma próxima cidade e essa idéia poderia ser muito arriscada. Mas como somos motoqueiros selvagens decidimos ........Vamos ficar no hotel (sem internet e sem telefone) e amanhã acordaremos as 5hs para ver qual era a situação.

























quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Décimo terceiro dia – Ushuaia

Acordamos meio tarde e fomos conhecer o parque nacional e tirar as famosas fotos da placa de final da Ruta 3, após as fotos a Marissa deixou cair a máquina do Adriano no chão e a mesma parou de funcionar, agora a viagem será registrada apenas pela minha máquina, pelo menos até nossa passagem pelo Paraguay. Conhecemos outros pontos do parque que são muito bonitos. Depois fomos a cidade comprar bugigangas, tirar mais fotos na placa de Bem Vindos ao Ushuaia, fomos ao presido e terminamos o dia em um restaurante Tenedor Libre onde comemos a famosa carne de cordeiro. Agora temos de fazer a mágica de caber as bugigangas nas malas que já estavam cheias e nos preparamos para a volta que começa amanhã.




































Décimo segundo dia – Ushuaia























































Acordamos e aproveitamos o dia calmo sem vento para fazer o passeio de barco pelo canal Beagle, onde poderemos avistar ilhas com lobos marinhos, pássaros muito parecidos com pingüins, pingüins, o farol do fim do mundo e parávamos numa estância que foi a primeira estância do Ushuaia.
Embarcamos em cima da hora no barco que era muito legal, veja a foto da Patty, ali não era um restaurante e sim o nosso barco mesmo, e após mais ou menos 1 hr de navegação avistamos a ilha do lobos marinhos que imagem !!!! ficamos a cerca de 2 metros deles, podemos observar a briga dos machos pelas fêmeas (podemos identificar um macho facilmente pois ele tem o dobro do tamanho da fêmea). Os pássaros convivem pacificamente com os lobos na mesma ilha. Após mais 1,5 hr de navegação chegamos a ilha dos pingüins nessa ilha podemos avistar dois tipos de pingüins que até então não tínhamos visto o Rei, que estava sozinho nessa ilha perdido do seu bando e uns 10 Papúa que tem as patas e o bico alaranjados.
Em fim chegamos a estância, fizemos uma visita guiada pela onde no fim avistamos um pássaro chamado Martin Pescador comum aqui na região e na seqüência retornamos ao Ushuaia com mais 2,5hrs de navegação enfrentando um forte vento contra que deixou o mar revolto e fez o barco lembrar em muito o barco viking.
Para finalizar nosso passeio e estada aqui no fim do mundo amanhã iremos ao parque nacional conferir o final da Ruta 3.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Decimo primeiro dia - Ushuaia



Pela primeira vez na viagem não colocamos relógio para despertar, depois de tantos desafios vencidos merecíamos um bom descanso. Acordei e fui direto para a sacada envidraçada que da vista para as montanhas cobertas de neve, não foi um sonho, estamos no Fin Del Mundo, na Tierra Del Fuego no Ushuaia. Tomamos café já eram mais de 10:00hs da manhã, estava garoando e nos informaram que nevou nessa noite nas montanhas atrás do hotel. Terminamos de tomar café e não estava mais chovendo e o sol já estava raiando (essa é a patagônia) resolvemos estão andar pela avenida principal (San Martim) e descobrir quais são os principais passeios, quais são seus horários e custos. Hoje optamos por fazer 2 passeios, o do Glacial e do sobrevôo da região. Pegamos um táxi que nos levou até o embarque do teleférico, sentamos nas cadeirinhas e subimos até próximo ao Glacial, chegando lá tem uma trilha de mais 1,5km de alto grau de dificuldade, fomos até onde agüentamos o frio e as pernas. A temperatura lá em cima estava 3 graus, mas a sensação termina é de temperatura negativa por causa dos ventos. Podemos chegar ao gelo pela primeira vez na viagem, tiramos muitas fotos, pegamos o teleférico de volta e para esquentar tomamos uma sopa ao pé do Glacial. Pegamos outro táxi para o aeroclube, vamos fazer um sobrevôo de 1 hora sobre a região.
Muitos pensam que eu tenho medo de avião, é mentira, o que tenho é pavor, Primeira pergunta que fiz foi em qual aeronave seria a tortura, ou melhor, o passeio. Um avião monomotor de 6 lugares ano 1980, pilotado por um piloto em treinamento pois ali era uma escola de pilotagem, o piloto tinha no maximo 25 anos de idade .Tranqüilo não? O piloto conferiu o combustível, nos embarcou no avião, pegou um pedaço de papel de caderno velho com o check list de voo, fez as conferencias de rotina e perguntou se estávamos preparados. Que pergunta!!! Quem pode estar preparado nessas condições? Força total no motor, coração na mão, reza em dia e lá vamos nos...Após levantar vôo, em cima das montanhas o vento estava forte e o avião chacoalhava para todo lado, chacoalhava tanto que por 2 vezes todos nos batemos forte a cabeça no teto do avião, quando isso aconteceu o Leandro que não tem medo perguntou se era normal e o piloto respondeu que sim e que hj o vôo estava até tranqüilo e que tinha dia que era pior. Que sorte que temos né? Bom...a única coisa que temos pra fazer agora é curtir a vista e esquecer que estamos dentro de um avião que mais parece o labamba do Playcenter.
Mas que vista linda, passamos muito próximos aos picos nevados, montanhas nevadas com lagos azuis no meio delas, sobrevoamos o canal de Beagle, fomos até a união do oceano Atlântico com o Pacifico, sobrevoamos as cordilheiras. O passeio é maravilhoso, não consigo expressar com palavras a vista que tivemos e a emoção que sentimos sobrevoando uma região tão bela quanto essa. Recomendamos o passeio a todos. O passeio que era para durar 1 hora, durou 1 hora e meia, A aterrissagem foi tensa como não podia deixar de ser , com o avião balançando de um lado para o outro e etc...
O avião é pequeno mas Deus é grande!!!
Jantamos e vamos descansar pois amanhã tem muito mais para conhecermos...


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Décimo dia – Rio Gallegos – USHUAIA – 600km

Hoje era o grande dia, chegaríamos ao nosso principal objetivo e sonho de muitos motociclistas, o Ushuaia estava logo ali, mas antes tínhamos 4 tramits de aduana pela frente, uma balsa para cruzar o Estreito de Magalhães e os 150km de Ripio, Ahhhh o ripio que embora represente 1% da viagem estava presente todo o tempo em nossa mente.
Saímos do Hotel debaixo de uma leve garoa que servia para congelar músculos que até então a gente nem sabia que tinha. Logo uma luz no fim do túnel foi aparecendo e a estrada parecia nos levar para o lado de um céu azul que teimava em não chegar nunca. Antes de a temperatura ficar suportável chegou a primeira Aduana e fizemos todos os tramits com certa rapidez. Estávamos no Chile o vento estava pegando muito forte lateralmente e de repente após uma curva o mesmo estava em nossas costas, era incrível a transformação, não se ouvia barulho de nada, ao tirar a mão do guidão e colocá-la pra frente não sentíamos a sensação característica de termos a mão arremessada para trás, a moto parecia até andar sozinha. Assim seguimos em direção a balsa que cruza o Estreito de Magalhães, chegando a balsa embarcamos direto a pois ela já estava para sair, muito bom ganhamos tempo dessa forma. Travessia com muito vento e frio e acompanhados de algumas Toninas. Chegamos a Cerro Sombrero a cidade a beira do ripio, abastecemos a moto no único posto que havia na cidade e fomos pro ripio em direção ao Onaisis (seguindo dicas de amigos que conhecemos na estrada e que já estavam retornando, realmente o ripio está muito bom nesse trecho). No inicio ficamos com certa insegurança, o vento era muito forte e teimava em nos tirar dos trilhos dos carros onde as pedras eram menos soltas, pra ajudar tbm cruzamos com alguns caminhoneiros que ignoravam a nossa existência e se a gente não jogasse a moto onde as pedras estavam soltas a impressão que dava era que os caras passariam por cima. Passado os primeiros 20km o vento diminuiu e a confiança aumentou e lá estávamos nós a mais de 120km/h. Quase chegando a Aduana para sairmos do Chile o Adriano sentiu que sua moto estava dançando muito e quando paramos na Aduana descobrimos o motivo, pneu traseiro furado .... Fizemos o tramit de saída do Chile perguntamos se havia alguma Gomeria (borracharia) perto e a resposta foi que não. Sacamos nosso kit de reparo de pneu e atacamos de borracheiro. Não fomos aprovados no nosso primeiro remendo, após o conserto anda vimos que o ar vazava na região do furo porém bem menos que anteriormente. Nos informaram que a 80km dali havia uma borracharia, e lá fomos nos com o pneu murchando em busca da próxima cidade, nesses 80km pegamos os ventos laterais mais fortes da viagem até então, até brinquei com a Patrícia que a impressão que dava era que iríamos raspar a pedaleira no chão em plena reta de tanto que estávamos inclinado por causa do vento forte e constante. Chegamos a cidade de Rio Grande e o remendo foi realizado por um "especialista" que ainda tirou um sarro do nosso remendo, mas que ele quebrou um puta galho ele quebrou, então nem podemos falar mau dele. Aproveitamos para abastecer as motos e encontramos um grupo de 5 motos que estavam retornando do Ushuaia 4 de Belém do Pará e um de Santo André que no bate papo descobrimos morar a menos de 2km da casa dos meus pais, até no fim do mundo encontramos com nossos vizinhos.
Bem estávamos agora a 200km do Ushuaia, parecia que só nos restava correr pro abraço e curtir a chegada, motos abastecidas saímos para os Km finais, duas curvas depois o horizonte nos mostra uma bela tempestade pela frente, os ventos que já eram forte conseguiram ficar ainda mais, sentíamos o cheiro da chuva que se aproximava. Se antes da chuva o frio já era grande o que será terminar 200km no meio de uma tempestade .... Entramos na no meio da tormenta a chuva era pesada mas 5 minutos depois começamos ver que ela estava se dirigindo para o mar e no nosso horizonte o céu voltava a ficar azul, essa foi uma surpresa muito boa, os ventos que muitos nos balançaram hoje ajudaram a afastar essa chuva pesada que caia nesse trecho. A partir deste ponto a 150Km do nosso destino fomos curtindo cada segundo da paisagem que cada hora se mostrava mais deslumbrante e incrível a transformação que ocorre na paisagem nesse trecho é gigante o cerrado começa dar lugar a arvores bem verdes, lagos começam a aparecer e quando subimo a serra avistamos um dos lugares mais bonitos que já vi na vida até hoje, essa paisagem serviu para nos mostrar que cada km rodado valeu muito a pena, e que a única coisa que queríamos naquele momento era estarmos ali.
Nos 10km finais o frio voltou a apertar forte já eram 19:30hs e o sol já não esquentava nada, a temperatura estava por volta de 3 graus mas com o vento a sensação térmica era muito menor.
Chegamos bem ... gelados e cansados mas com a sensação do objetivo alcançado. Estamos agora em um hotel confortável, com uma vista linda das montanhas cobertas de neve onde pretendemos ficar pelo próximos 2 ou 3 dias.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Nono dia - Caleta Olivia - Rio Gallegos - 710km

Acordamos umas 08:00hs e começamos a nos preparar para seguir viagem até Rio Gallegos. Nossas maiores preocupação eram para variar o frio, a chuva e o vento. Assim que levantamos a primeira impressão era que o frio tinha dado uma tregua, bobeira...era a calefação do hotel que dava essa impressão, o frio estava pegando e pegando forte. Na saida do hotel encontramos um casal de Erichim em uma BMW RT que já estavam voltando do Ushusia, eles tinham feito a Ruta 40 e disseram que enfrenteram muito vento e que tinham caido umas 4 vezes, disseram que ninguem estava parando de pé para conseguirem sair da ruta tiveram de ir ao lado de uma caminhonete para protege-los do vento. No fim nos deram uma preciosa dica que foi a indicação do hotel Alonso em Rio Gallegos. Utilizamos todos os nossos equipamentos de frio e bora pra estrada. Nos primeiros quilometros parecia que o equipamento dava conta, mas aquele vento
gelado batia nas roupas e foi apenas uma questão de tempo para começar a gelar a alma. Paramos em um posto em 3 cerros e econtramos um casal muito simpatico do Brasil, Paticia e Cezar em uma BMW que chegou com muito frio também, e nos informou que estava mais quente para o frente. Que bom!!! Ao sair do posto tinha 2 guanacos passinado pelo posto, sacamos fotos e seguimos em frente. De fato a informação do Cezar e da Patricia estava correta, a cada km que andavamos o frio diminuia, até o ponto de tirarmos toda a nossa roupoa de frio e ficar apenas com a de calor, andamos por cerca de 150 Km dessa maneira, porem o vento continuava castigando (Veja foto do Leandro andando de lado por causa do vento). Mas a Patagonia é uma caixinha de surpresa e tivemos que parar no meio da estrada para recolocar as roupas de frio pois o frio voltou na mesma intensidade e trouxe a chuva com ele.
Superamos mais uma vez as condições adiversas e chegamos congelados em Rio Gallegos aproximadamente umas 20:00hs.
Amanhã é o grande dia.


No caminho...

Estamos escrevendo para dizer que estamos bem, e não tivemos tempo de postar os ultimos 2 dias no Blog.
Pretendemos fazer isso hoje a noite.
Nesse momento estamos em 3 Cerros indo para Rio Gallegos. está muito frio, e com muito vento...mas vamos superar......
Até mais tarde

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Oitavo dia, Puerto Madryn – Caleta Olivia - 500 km

O dia começou com um belo céu azul e temperatura agradável, até agora nada daquele frio que esperávamos. A viagem transcorreu tranqüila até chegarmos próximos a Comodoro Rivadavia, o tempo começou a fechar, uma leve chuva começou a cair e chegando a Comodoro a cidade parecia ter acabado de sair de uma grande enchente, era barro para todos os lados as ruas estavam muito escorregadias e ao andarmos junto aos carros recebíamos aquele spray marron na roupa e na moto. Com essa chuva a temperatura começou a cair bastante e o frio começou a mostrar sua cara. Passado Comodoro em direção a Caleta Olivia a Ruta segue beirando o Mar e o visual é muito bonito, por diversas vezes dezenas de gaivotas nos acompanhavam aproveitando o forte vento e plainavam paralelo a nós, o difícil era prestar atenção na estrada, pena não termos tido coragem de arrancar as luvas segunda pele e de chuva para sacar algumas fotos, na volta deveremos passar por esse trecho e a intenção é registrarmos corretamente esse trecho.
Chegamos relativamente cedo na cidade que estava toda interditada devido a um desfile de carnaval na cidade, sim Caleta Olivia colocou os blocos na rua e o desfile era passado ao vivo nas TV´s locais. Pra ajudar o hotel que tínhamos recebido indicação ficava na rua principal, .... adivinhem o nome da rua principal de Caleta Olivia ???? San Martin é claro! Todas as cidades que estamos passando a Av principal chama-se San Martin .... então precisamos contar com a ajuda dos policias locais para abrirem caminho para chegarmos ao hotel.
Descarregamos as bagagens, e fomos até um lavador tirar o excesso de sujeira das motos para podermos protege-las com papel contact, o coisa pra dar trabalho, mas pelo menos assim podemos reduzir bastante eventuais estragos no ripio.
Para quem está lendo esse blog e tem vontade de vir para esses lados recomendo que faça um curso de vela com Robert Schid, Lars Grael ou alguém do ramo ..... a coisa é feia.Amanhã o destino é Rio Gallegos 706 Km. O Ushuaia está cada vez mais perto.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Setimo dia - Versão Leandro e Patricia de Punta Tombo
























Decidimos por contratar um passeio pois queriamos ficar mais a vontade nos lugares do passeio, se fossemos de moto teríamos de nos equipar adequadamente ... e andar nos parques com as roupas pesadas da moto seria desanimador, a outra opção seria ir sem proteção, mas isso não era uma boa idéia ... afinal seriam 400Km com muito vento e ripio. A van nos pegou as 8hs no hotel e fomos ao primeiro passeio onde pegamos um barco para ver Toninas, uma espécie de golfinho que parece uma mini orca. Embarcamos em uma lancha rápida e o piloto argentino começou com uma conversa mole dizendo que não era todo dia que elas apareciam, que tínhamos que ter paciência, etc etc.... Nessa hora vimos que tinhamos jogado 160 pesos fora. Roda pra um lado avista alguns lobos marinho, roda pro outro nada até que o moto da lancha diz que vai acelerá-la para ver se alguma tonina aparece ..... não é que deu certo !!!! Elas começaram a pular do lado do barco e logo apareceram várias por todos os lados dando vários saltos a nossa frente, muita legal !!!! Dessa vez o argentino tinha pago o cachê delas e o show foi bonito de se ver.
Terminado esse passeio entramos novamente na van e mais 150 km estávamos em Punta Tombo uma reserva ecológica onde os Pinguinos (como eles os chamam aqui) tem a total preferência, se ele cruzar o seu caminho vc para pra ele passar, outro ponto bacana é que é proibida a entrada com qualquer tipo de alimentos na reserva, assim evita-se o que vemos muito por aí que são os turistas alimentando os animais silvestres. No parque o caminho do turista para visitação é delimitado por uma cerca para que o espaço dos pingüins não seja invadido, porém os pingüins ignoram essa delimitação e estão por todos os lados. A experiência é fantástica os pingüins estão na época final de criação dos seus filhotes que estão trocando as penas e se preparando para encarar o mar rumo ao Brasil em busca de águas mais quentes. Nesse passeio ficamos por horas acompanhando todo o ritual desses pingüins, troca das penas, as mães indo buscar comida para os filhotes, os filhotes sozinhos chorando, a mãe gritando para reencontrar seu filhote, a mãe alimentando seu filhote e a entrada dos pingüins no mar ou em busca de comida ou em busca das águas mais quentes do Atlântico. Em resumo a experiência é única, recomendo muito esse passeio. A Península Valdez ficará para uma outra oportunidade que deverá ocorrer entre Agosto e Outubro de algum ano, nesta época é possível avistar muitas baleias no passeio marítimo de Porto Pirâmides, em 1,5hs o guia disse que chegamos avistar 15 baleias.